“Foi dado pra mim, como um presente de aniversário.”
(Lewes Carrol, Alice no Através do Espelho)
Meu filhote. Pra mim, a encarnação de um amor verdadeiro. Amor que se sobrepõe a qualquer vontade ou desejo pessoal, por mais básico que seja.
Dei a ele meu própro nome. Por que ? Me perguntei e só ouvi o eco da pergunta. E esta pergunta me consumiu em silêncio. Pesquisei. Conversei sobre isto com minha esposa e ela ficou pensando na resposta.
Perguntei a pessoas e nenhuma das respostas me bateu à testa e calou minha dúvida. Afinal, como uma idéia que eu tinha desde meu tempo de menino poderia ter o motivo desconhecido pra mim ?
Foi então, um tempo depois, que minha esposa acendeu uma luz: procure, então, a resposta na sua infância. Pessoa sábia.
Sou desses que fica matutando, calado, em meu canto, uma idéia por muito tempo até achar um eixo pra ela.
Então, o que ela me sugeriu fez total sentido. Percebi que o motivo de eu ter dado o meu nome ao meu filho foi para reviver reescrevendo o meu passado. Fazer direito a história de vida de Edgar e Edgar.
Posso até vir a cometer erro, mas tenho me dedicado a escrever essa história da melhor forma possível. Letra firme e constante. Sem se aproximar muito das margens do caderno. Destacando bem maiúsculo e minúsculo. Pontuando com parcimônia.
Ah… Edgar Neto vai bem, obrigado.
“Ninguém guarda um segredo tão bem quanto uma criança.”
(Victor Hugo, Les Miserables, 1862)
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